A turbulência voltou a dominar o mercado de hidrocarbonetos. Segundo a Bloomberg, os preços do petróleo despencaram após um segundo aumento semanal consecutivo nos estoques de petróleo bruto nos Estados Unidos, ofuscando os relatos de que Israel estaria se preparando para um possível ataque às instalações nucleares do Irã.

Os contratos futuros do WTI para julho recuaram para abaixo de US$ 62 por barril, após dados indicarem que os estoques americanos atingiram o maior nível desde julho do ano passado. Ao mesmo tempo, a demanda por gasolina nos EUA sofreu uma queda expressiva. Um leilão fraco de títulos do Tesouro americano agravou ainda mais o nervosismo nos mercados, intensificando a liquidação nos preços do petróleo. O Brent também recuou, ficando abaixo de US$ 65 por barril.

Desde a semana passada, os preços do petróleo têm oscilado de forma volátil, diante de sinais contraditórios sobre o andamento das negociações nucleares entre Irã e Estados Unidos. Analistas alertam que qualquer ação militar por parte de Israel poderia interromper o progresso diplomático e acirrar as tensões no Oriente Médio — uma região responsável por aproximadamente um terço do suprimento global de petróleo.

As expectativas anteriores de um reequilíbrio entre oferta e demanda para o segundo semestre de 2025 vêm sendo ofuscadas pelos riscos geopolíticos, enquanto a OPEP+ retoma gradualmente sua produção. Algumas projeções mais pessimistas já sugerem que o WTI poderia despencar para US$ 40 por barril, caso as sanções sobre as exportações de petróleo iraniano sejam suspensas.

Apesar das sanções mais rigorosas impostas por Estados Unidos, Reino Unido e Europa, o Irã segue exportando petróleo — e, recentemente, até ampliou seus embarques de hidrocarbonetos, desafiando a pressão exercida pelos aliados ocidentais.